Segundo dados da Agência Municipal de Transporte e Trânsito da Capital (Agetran), no mês de maio já morreram 17 pessoas no trânsito da Capital.
Destas, 13 ocorreram a partir de 11 de maio, quando foi lançado o Projeto Vida no Trânsito, que integra a "Década de Segurança no Trânsito 2011-2020. Desde então, o "Placar da Vida", criado para contabilizar os dias sem mortes no trânsito, só conseguiu ficar seis dias sem ser zerado, e isso quando foi inaugurado.
A chefe da Divisão de Educação da Agetran, Ivanise Rotta, revela que a maioria das mortes foram causadas por velocidade e álcool, seguida por infraestrutura. No caso da velocidade, ela mostra que é fácil verificar: "É só você permanecer do lado direito da pista. Se você está a 50 km/h, que é o máximo permitido, você verá que milhões de pessoas passam por você pela pista do lado esquerdo. De 50 km/h para 55 km/h tem uma diferença bem grande", alerta.
Ivanise conta que quando a pessoa bebe, se acha poderosa, e pensa que pode dirigir, sem ter a noção de que está com os reflexos comprometidos. Segundo ela, a infraestrutura da Capital é o terceiro item que mais contribui com os acidentes, uma vez que, a via plana, larga e sem obstáculos é um convite para a velocidade. Das mortes ocorridas desde o dia 11 de maio, sete foram de motociclistas, quatro de pedestres, uma de ciclista e uma de motorista de automóvel.
Questionada sobre o aumento do número de mortes, Ivanise lembra que as mortes sempre ocorreram, mas antes não eram tão divulgadas. A Década de Segurança no Trânsito foi criada após uma reunião mundial em 2009. Dados revelaram que 10 países eram responsáveis por 48% das mortes em todo o mundo e o Brasil fazia parte deste grupo. Desta forma, o país passou a integrar o projeto, que hoje é desenvolvido em Campo Grande, Belo Horizonte, Terezina, Curitiba e Palmas. Antes do projeto, as mortes eram divulgadas quando ocorriam no local, mas hoje são somadas as que ocorrem até 30 dias após o acidente. O objetivo do projeto no Brasil até 2020 é reduzir em até 50% o número de acidentes graves ou fatais no trânsito.
Ivanise lembra que o número de veículos deve aumentar cada vez mais. A Capital já tem 91 mil motocicletas em circulação, o que aumenta o perigo, uma vez que, os motociclistas estão mais expostos a acidentes graves. Segundo Ivanise, o número de veículos vai aumentar, mas as pessoas devem contribuir para a redução no número de mortes: "Não adianta pressa se houver mortes. Não adianta construir sonhos se houver mortes. Se não abrirmos mão de nossos direitos em determinado momento, pode acontecer conosco" explicou, lembrando que muitas pessoas acham que não serão vítimas de acidente. Segundo a Agetran, os jovens e os motociclistas continuam sendo os principais grupos de riscos no trânsito.
Capital News - MS - 30/05/2011
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