quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A AÇÃO DO SUJEITO NO TRÂNSITO

Especialistas debatem a ação do sujeito no trânsito

No segundo dia do III Seminário Denatran de Educação e Segurança no Trânsito especialistas da área acadêmica apresentam ao público aspectos da cultura brasileira, ética e cidadania no trânsito. O antropólogo Roberto da Matta destacou que o ponto fundamental para a boa convivência no trânsito é a neutralização da concepção de hierarquia e a busca por um espaço onde todos tenham o mesmo direito.

Roberto da Matta enfatizou que é necessário retirar o foco do estado como instrumento final e definitivo de resolução de problema, procurando compreender o comportamento diário no espaço do trânsito. O antropólogo também destacou o papel da fiscalização. “A questão da obediência tem a ver com a consciência das pessoas diante das situações. Há uma contaminação do comportamento para a obediência e para a desobediência, por isso é tão essencial a presença do agente”, afirmou ele.

Em relação à subjetividade no trânsito, o doutor em Psicologia Fernando Rey, destacou a necessidade da análise das condições subjetivas do sujeito para a elaboração de ações na área de trânsito. “Você pode dominar o veículo, mas nem sempre o estado emocional permite a ação certa no momento certo. Não há a cultura dos perigos que os problemas emocionais podem trazer na condução do veículo. É preciso desenvolver campanhas e pesquisas com seriedade no âmbito do trânsito e considerar os resultados para o desenvolvimento de políticas públicas” reforçou o especialista.

A doutora em Educação, Terezinha Rios, trouxe ao público a reflexão sobre ética e moral. Citou a importância do indivíduo colocar-se no lugar do outro. “Respeito é sinônimo de reconhecimento do outro eu, da outra pessoa”, afirmou Terezinha. Para ela o trânsito é um espaço exemplar para se considerar o outro e observar o bem comum. Segundo a especialista, aprender a respeitar os demais é uma busca que está relacionada à afirmação dos valores na prática do cotidiano.

Em relação à educação no trânsito, Terezinha ressaltou a necessidade de ações de toda a sociedade. “Não deixemos para o governo ou para os departamentos de trânsito, assumamos nós todos a responsabilidade”.

Experiência brasiliense

O ex-diretor do Departamento de Trânsito do Distrito Federal e analista de trânsito, Luiz Miura, complementou as demais palestra com a apresentação das ações realizadas no DF para a redução dos acidentes e mortes no trânsito e a consolidação do respeito ao pedestre, trabalho que envolveu toda a sociedade brasiliense.

Miura lembrou que o DF foi a primeira unidade da federação a se organizar para o uso efetivo da faixa de pedestre. Uma mobilização iniciada em 1996, denominada Paz no Trânsito, que envolveu a imprensa local, o governo e a sociedade, garantiu uma mudança de comportamento em relação à faixa. Além disso, o movimento Paz no Trânsito contribuiu para uma redução de 46% das mortes no trânsito.

O especialista destacou também que o DF se antecipou ao Código de Trânsito Brasileiro (1998) no que se refere à obrigatoriedade do uso do cinto de segurança, exigido na capital desde 1995.

O antropólogo Roberto da Matta elogiou o trabalho realizado no DF reafirmando que o envolvimento da sociedade permite que ocorra uma transformação de comportamento. “A dedicação diária faz com que haja mudanças positivas no trânsito. E alguém tem que ser o agenciador, o Brasil não tem que ser resolvido para sempre, ele tem que ser resolvido todo dia.”, afirmou ele.

Acompanhe as notícias do III Seminário Denatran no site:www.denatran.gov.br

Mais informações,

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